Camryn Bennett, 20 anos, ainda não se recuperou de todos os acontecimentos que ocorreram em sua vida num curto período de tempo. Quando estava próximo da formatura do colegial, seu namorado, Ian, morre em um acidente de carro. Meses depois, o próprio irmão foi preso por dirigir bêbado e causar a morte de outra pessoa em acidente de carro. Depois disso, seus pais se divorciaram porque o seu pai traiu a sua mãe. E, para completar, após anos de amizade com Damon, vê o namorado da sua melhor amiga, Natalie, dizer ser apaixonado por ela e tentar beijá-la, deixando-a em uma situação embaraçosa. Depois que conta o ocorrido para a amiga, não consegue acreditar que Nat a descarta, colocando em dúvida anos de amizade com Cam, preferindo o namorado a acreditar nela.
Camryn sempre questionou o comportamento mundano das pessoas. A maneira rotineira que as pessoas escolhem levar a vida, sempre indo na mesma direção, da casa para o trabalho, do trabalho para casa. Vão para a faculdade e depois passam anos no mesmo emprego, a vida toda fazendo a mesma coisa. Cam não consegue imaginar sua vida assim. Com Ian, Cam tinha planos de viajar pelo mundo.
“Mesmo antes que Ian morresse, sempre tive ideias meio não convencionais. (...) eu prefiro pensar em coisas que realmente importam. (...) Como é sentir o ar de outros países na minha pele, qual é o cheiro do oceano, por que o barulho da chuva me faz suspirar.”
“Ontem me perguntei por que eu sentia necessidade de me levantar exatamente na mesma hora do dia anterior e fazer tudo como fiz no dia anterior. Por quê? O que motiva qualquer um de nós a fazer as coisas que fazemos, quando no fundo uma parte da gente só quer se libertar de tudo?”
Entretanto, depois da morte de Ian fica difícil viver com toda a mudança que ocorre na sua vida. Após passar uma semana num emprego em uma loja de departamentos, percebe que esse tipo de vida não é para ela. A briga com Nat acaba sendo a gota d’água para Camryn colocar em ação o que tinha planejado fazer com Ian, viajar pelo mundo. Porém, Cam não tem rumo a seguir e, depois de colocar apenar o essencial num mala, vai para a rodoviária e resolve, na hora em que vai comprar o bilhete, sem pensar muito, o destino: Idaho.
“Tanto faz aonde eu decida ir, na verdade, porque simplesmente não me importa.”
Mas, um desconhecido lindo (do tipo modelo) irá acompanhá-la por um longo período da viagem: Andrew Parrish. Ele está indo visitar o pai, que está internado em um hospital em Wyoming, vítima de câncer, em seus últimos minutos de vida. Embora o ideal para uma pessoa que passa por essa situação seja viajar de avião, Andrew prefere o ônibus exatamente por ser uma viagem longa.
Durante o trajeto em busca do autoconhecimento, ambos irão descobrir características em comum, principalmente o modo de pensar sobre a vida.
“Tem um cara ao meu lado com lindos olhos verdes e um lindo rosto esculpido e uma linda maneira de pensar. Não existe viagem de ônibus ruim quando você está na companhia de uma coisa linda.”
“Quem é essa garota, caramba?
E por que é que estou pensando nessas coisas?
Ela pega no sono na minha frente com a cabeça encostada na janela. Resisto ao desejo de ficar olhando para ela, notando como parece delicada e inocente, o que me deixa muito mais primitivo, mais protetor.”
Primeiro nasce uma relação de confiança, depois uma amizade, que cresce e se transforma em atração, que os dois insistem em esconder. Acontece que Andrew tem um segredo, que pode impedir que a relação entre eles que vá além da viagem.
Confesso que iniciei o livro com um pouco de preguiça, esperando um drama daqueles. Mas, depois que eu dei uma chance e ultrapassei o primeiro capítulo, não consegui parar de ler.
É uma leitura ótima, supertranquila, com algumas partes bem envolventes. Algumas cenas engraçadas e também cenas de sexo, que te deixam de boca aberta. Sim, é um drama daqueles, mas muito emocionante. O livro é excelente, excelente, daqueles que te fazem chorar.
O interessante é que você acompanha a viagem como se fosse mais um passageiro, ou como se fosse a própria personagem, com todos os detalhes do cotidiano que a autora inseriu.
A história é alternada entre os pontos de vista dos dois personagens, ora é narrada por Cam ora por Andrew. E você fica curiosa esperando pela narração de Andrew, para saber o que passa na cabeça dele, para saber o que ele está pensando sobre Cam. Essa curiosidade que o livro causa é divertida.
Normalmente eu termino os livros com várias considerações a fazer, ainda que eu tenha gostado muito. Dessa vez, só achei o livro perfeito. Sem considerações.
As páginas são amareladas; a fonte, a margem e o espaçamento são OK. O título é adequado com o enrendo e a capa é linda.
Ansiosíssima pela continuação, Entre o Agora e o Sempre.
Nota: 5/5 (Excelente)
ISBN: 978-85-8105-140-6
Editora: Suma de Letras
Tradução: Michele Vartuli
Páginas: 361
Ano: 2013
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Até mais! Fabi
26 março 2014
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