Resenha: A Culpa é das Estrelas - John Green

22 agosto 2014


Hazel Grace é uma garota de 16 anos que já convive com o câncer há um tempo. A doença terminal afeta o seu o pulmão e isso faz com que ela se canse muito fácil com pequenos esforços e que precise carregar o cilindro de oxigênio para onde vá. Por insistência da mãe, ela frequenta um grupo de apoio em uma igreja voltado para adolescentes com câncer.

“Aí nós nos apresentávamos: Nome. Idade. Diagnóstico. E como estávamos no dia. Meu nome é Hazel, dizia na minha vez. Dezesseis. Tireoide, originalmente, mas com uma respeitável colônia satélite há muito tempo instalada nos pulmões. E está tudo bem comigo.”

No Grupo de Apoio para Crianças com Câncer, Hazel irá conhecer Augustus Waters, um garoto de 17 anos, lindo, atlético, inteligente, que precisou amputar uma perna por conta da doença, mas em remissão há mais de um ano.

“Na boa, vou logo dizendo: ele era um gato. Se um cara que não é um gato encara você sem parar, isso é, na melhor das hipóteses, esquisito, e na pior, algum tipo de assédio. Mas se é um cara gato... na boa...”

Hazel e Gus descobrirão o quanto são parecidos na forma de pensar, nas suas perspectivas sobre a vida, e irão se apaixonar. 

“- Estou apaixonado por você – ele disse, baixinho.
- Augustus – falei.
- Eu estou – ele disse, me encarando, e puder ver os cantos dos seus olhos se enrugando. – Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro.”

Hazel tem o seu livro preferido, Uma aflição imperial, assim como Gus tem o seu, O preço do alvorecer. Após tantos debates sobre os seus livros favoritos, e por conta de toda a angustia que Uma Aflição Imperial cria em Hazel, Gus vai tentar realizar o desejo dela.

“(...)Peter Van Houten, o autor recluso de Uma aflição imperial – de todos os meus livros, o mais próximo de uma Bíblia. Peter Van Houten era a única pessoa que eu conhecia que parecia: (a) entender o que era estar morrendo, e (b) não ter morrido.”


Confesso que relutei muito para ler esse livro. Por conta de todo o marketing que havia, dava preguiça de lê-lo. Não estava afim de tanto drama que o livro supunha, principalmente porque já li outro livro do autor e não gostei muito. Mas aí, eu me rendi, comecei a ler e não quis mais parar. Para minha surpresa, o livro tem uma linguagem bem jovem e leve, que não tem como não gostar. Se de início podemos pensar que se trata de um livro triste, em alguns momentos nem lembramos da realidade trágica do casal.

É um livro muito emocionante e surpreendente. Mostra o relacionamento entre dois adolescentes apaixonados, cientes de que não terão muito tempo de vida. Dois personagens que observam o mundo com ironia, sempre questionando o comportamento das pessoas e envolvidos em questões filosóficas.

Hazel Grace apresenta o seu livro favorito para Gus e ele, numa tentativa de realizar o seu desejo, busca a oportunidade para que ela conheça o escritor e que ele responda aos seus questionamentos. Embora nesse momento haja vários acontecimentos legais e os personagens estejam num clima muito envolvente, o enredo por trás de Uma aflição imperial é péssimo. Eu preferi quase que ignorar a história do livro favorito dela, colocar em segundo plano mesmo, para voltar a minha atenção ao que estava acontecendo com o casal.

Nesse sentido, é mais um livro de John Green que eu não gostei do seu apelo filosófico. A história do casal é muito emocionante, chorei horrores, me surpreendi com o desenvolvimento da história, mas a maneira como o autor insiste em misturar romance com filosofia não me agrada. O olhar dos personagens sobre a perspectiva de vida, sobre os “benefícios” do câncer e sobre o comportamento das pessoas em relação a pacientes com câncer, é muito interessante e realmente nos leva a refletir. Mas, quando o autor vai além do campo da doença, ele perde o ponto. Não haveria problema nenhum se apenas focasse em um romance entre adolescentes com câncer que têm seus questionamentos e que nos levam a refletir juntos. Indo além, para mim, o autor não conseguiu aprofundar a filosofia de maneira satisfatória. Seria melhor não ter feito.

Mas, como eu disse, se voltarmos o nosso olhar para o casal, o livro se mostra surpreendente, uma leitura ótima, uma linguagem supertranquila, bem gostosa, que dá para rir e chorar.

As páginas são amareladas; a fonte, a margem e o espaçamento são OK. A capa e o título não trazem praticamente informação nenhuma sobre a história.

Nota: 4/5 (Ótimo)

ISBN: 978-85-8057-226-1
Editora: Intrínseca
Tradução: Renata Pettengill
Páginas: 288
Ano: 2012

E aí, você já leu? Poste aqui seu comentário.

Até mais! Fabi

10 junho 2014
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